Agronegócio em 2025: O Que Esperar

O agronegócio brasileiro em 2025 está no centro das atenções quando o assunto é sustentabilidade e regulamentação ambiental.

Em 2025, uma série de mudanças regulatórias e acordos internacionais prometem moldar o futuro do setor, desafiando produtores e governos a se alinharem com metas climáticas e exigências de mercados globais.

Esse cenário destaca a relevância de temas como o mercado de carbono, rastreabilidade da produção e combate ao desmatamento ilegal.

Ao mesmo tempo, eventos como a COP30 em Belém oferecem uma oportunidade única para o Brasil demonstrar liderança em sustentabilidade.

Contudo, o sucesso dessa agenda dependerá de ações concretas, como a implementação de leis, avanços em rastreabilidade e estratégias para garantir competitividade internacional.

Neste artigo, exploraremos os principais tópicos que estarão em pauta para o agronegócio e a agenda ambiental em 2025, com uma análise detalhada e prática sobre os desafios e oportunidades.

1. Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE): Um Marco Regulatório

O Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), regulamentado pela Lei Federal nº 15.042/2024, será uma das grandes prioridades de 2025.

Trata-se de um mercado de carbono regulado que busca reduzir emissões de gases de efeito estufa e promover práticas sustentáveis.

  • O SBCE será composto por três órgãos centrais:
    • Um órgão superior que estabelecerá as diretrizes;
    • Um comitê técnico responsável por oferecer subsídios científicos;
    • Um órgão gestor, que definirá os planos de alocação de Certificados de Redução Verificadas (CRVEs).

A estruturação do órgão gestor será crucial, já que ele influenciará diretamente a oferta e demanda de créditos de carbono no mercado.

Detalhes sobre sua composição e funcionamento são aguardados, pois terão impacto direto nos preços desses créditos e na participação do Brasil no mercado global de carbono.

2. Desenvolvimento de Metodologias para Agricultura Sustentável

Uma lacuna significativa no mercado de carbono é a falta de metodologias adaptadas ao clima tropical, especialmente para a agricultura.

Isso cria desafios para o credenciamento de projetos no SBCE, mas também oportunidades para inovação.

  • Exemplos de áreas prioritárias:
    • Reparação de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reservas Legais (RLs);
    • Projetos que fortaleçam os Programas de Regularização Ambiental (PRA) previstos no Código Florestal.

Além de promover práticas sustentáveis, essas iniciativas podem gerar benefícios financeiros para produtores, incentivando a recuperação ambiental e o cumprimento de normas.

3. Créditos de Carbono e o Mercado de Capitais Brasileiro

Os créditos de carbono são classificados como valores mobiliários, estando sob regulação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Contudo, a regulamentação enfrenta desafios históricos, como a atualização do entendimento da CVM sobre a classificação desses ativos.

Desde 2009, o contexto do mercado mudou substancialmente.

Com o crescimento do mercado voluntário e o Acordo de Paris, a revisão dessas normas será essencial para garantir a circulação dos ativos do SBCE no mercado de capitais, ampliando a atratividade para investidores.

4. Acordo União Europeia-Mercosul e o Protecionismo Verde

O acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul será outro tema central em 2025.

Embora promissor, ele enfrenta resistência de países europeus produtores de alimentos, como França e Irlanda, que argumentam preocupações ambientais como justificativa para limitar o comércio.

É essencial que o Brasil demonstre a robustez de sua legislação ambiental, destacando o Código Florestal como um diferencial competitivo.

Isso inclui:

  • A preservação obrigatória de florestas em propriedades rurais;
  • O uso do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para rastreamento da conformidade ambiental.

5. Lei Antidesmatamento da União Europeia (EUDR): Um Desafio para 2025

A Lei Antidesmatamento da União Europeia (EUDR), que entra em vigor em 2026, exige comprovação de que produtos agrícolas não sejam oriundos de áreas desmatadas após 2020.

Isso coloca a rastreabilidade no centro das atenções para o agronegócio brasileiro.

Apesar de o CAR ser uma ferramenta avançada, ele ainda carece de validação em vários estados.

Além disso, a rastreabilidade da pecuária enfrenta desafios adicionais, como a falta de um sistema obrigatório que monitore todo o ciclo de vida dos animais.

  • Soluções em potencial:
    • SISBOV: Sistema de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos;
    • Plataforma AgroBrasil+Sustentável: Promessa de integrar dados públicos e privados, mas ainda em desenvolvimento.

6. COP30: A Grande Vitrine da Sustentabilidade

A COP30, que será sediada em Belém, representa uma oportunidade única para o Brasil mostrar seu protagonismo na agenda climática global.

O evento discutirá temas como:

  • O artigo 6 do Acordo de Paris, que trata do mercado global de carbono;
  • Financiamento climático e estratégias de adaptação.

Além disso, o combate ao desmatamento ilegal será um dos principais focos, dada sua relevância para a reputação internacional do Brasil.

7. O Papel da Rastreabilidade na Competitividade Internacional

Rastrear a cadeia produtiva de forma eficiente será um diferencial competitivo.

Entretanto, com mercados exigindo cada vez mais transparência, sistemas que integrem dados ambientais e produtivos serão indispensáveis.

  • Benefícios da rastreabilidade:
    • Acesso a novos mercados;
    • Maior confiança de consumidores e investidores internacionais;
    • Compliance com exigências ambientais globais.

8. Desafios e Oportunidades para 2025

O agronegócio em 2025 tende a enfrentar desafios significativos, mas também está bem posicionado para aproveitar oportunidades.

Entre os principais desafios, estão:

  • Implementação efetiva das regulamentações ambientais;
  • Desenvolvimento de tecnologias acessíveis para pequenos e médios produtores.

Já as oportunidades incluem:

  • Liderança global em práticas sustentáveis;
  • Fortalecimento de parcerias internacionais, especialmente em mercados que valorizam sustentabilidade.

Conclusão

O ano de 2025 será crucial para o agronegócio e a agenda ambiental no Brasil.

Com regulamentações importantes em fase de implementação, o setor tem a oportunidade de se consolidar como referência global em sustentabilidade.

No entanto, isso exigirá esforço conjunto de produtores, governo e empresas para superar desafios como rastreabilidade e adaptação às novas normas internacionais.

O Brasil está em uma posição privilegiada, mas o tempo é curto.

No entanto, cumprir promessas e aproveitar eventos como a COP30 será essencial para garantir que o agronegócio continue competitivo em um mundo cada vez mais exigente em termos ambientais.

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