Corte de Gastos Incerto dólar dispara

Corte de Gastos Incerto: Dólar Dispara e Ibovespa Desaba

Crise à Vista? Corte de Gastos Incerto dólar dispara e Ibovespa em queda.

A incerteza sobre o pacote de cortes de gastos do governo impactou o mercado financeiro nesta segunda-feira, 11 de novembro.

O dólar alcançou R$ 5,8194, com uma alta de 1,38% no início do dia, influenciado também pelo fortalecimento da moeda americana no mercado internacional, reflexo da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos.

No entanto, o preço do dólar perdeu parte da valorização e, por volta das 11h43, estava cotado a R$ 5,7865.

O aumento do dólar é impulsionado pela expectativa de políticas protecionistas nos EUA e pela frustração do mercado local com a demora na definição do pacote fiscal do governo brasileiro, conforme destacou o analista de mercado da Stonex, Leonel Mattos.

Além disso, ele observou que o déficit primário do setor público consolidado no Brasil, que somou R$ 245,6 bilhões nos 12 meses até setembro.

Equivale a 2,15% do PIB, o que está bem acima do limite estabelecido pelo arcabouço fiscal, que permite um déficit de até 0,25% do PIB.

O boletim Focus também revisou para cima as expectativas de inflação para 2024, 2025 e 2026.

Sugerindo um ciclo de altas mais agressivas na taxa Selic, com o objetivo de estabilizar os preços.

Alerta

Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda, alertou que a procrastinação do governo em anunciar o pacote de cortes é preocupante.

Já que a crescente dívida pública é uma das maiores ameaças ao terceiro mandato de Lula.

Ele apontou que a dívida pode chegar a 90% do PIB até 2028, conforme previsão do FMI.

Esse cenário também afetou o mercado de ações.

O Ibovespa, principal índice da B3, registrava uma queda de 0,17%, aos 127.613,61 pontos, após ter recuado 0,41% pela manhã.

Ações ligadas ao petróleo, como Petrobras, estavam em alta, mas as ações de mineradoras, como Vale, apresentavam quedas mais acentuadas.

Analistas sugerem que a moderação na queda do Ibovespa pode estar relacionada à expectativa de crescimento econômico nos EUA, impulsionado por uma possível política de corte de impostos.